O Papa defendeu hoje a necessidade de “continuar o diálogo” para alcançar urgentemente uma paz “justa e duradoura” na Ucrânia, durante uma audiência com o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, de visita a Roma.
Em comunicado, o Vaticano indica que Leão XIV recebeu hoje de manhã Zelensky em audiência, na sua residência em Castel Gandolfo, perto da capital italiana, e aponta que, “durante as cordiais conversas, que se centraram na guerra na Ucrânia, o Santo Padre reiterou a necessidade de continuar o diálogo e expressou o seu desejo urgente de que as atuais iniciativas diplomáticas conduzam a uma paz justa e duradoura”.
“Além disso, foram também discutidas as questões dos prisioneiros de guerra e a necessidade de garantir o regresso das crianças ucranianas às suas famílias”, completa o comunicado da Santa Sé.
O Presidente ucraniano encontra-se hoje em Roma, onde, à tarde, se reunirá com a primeira-ministra italiana Giorgia Meloni, no quadro de uma ronda de contactos com líderes europeus sobre as negociações de paz para a guerra na Ucrânia.
Na segunda-feira, Zelensky reuniu-se em Londres com os líderes britânico, Keir Starmer, francês, Emmanuel Macron, e alemão, Frieddrich Merz, rumando de seguida a Bruxelas, onde se reuniu com os líderes da União Europeia (UE) — os presidentes do Conselho Europeu, António Costa, e da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen — e da NATO, o secretário-geral Mark Rutte.
Estes esforços diplomáticos do Presidente ucraniano ocorrem num contexto particularmente delicado para Kiev, depois de a administração norte-americana ter voltado a acusar a Ucrânia de ser um entrave aos seus esforços para alcançar um acordo de paz que ponha fim ao conflito com a Rússia.
Numa conversa com repórteres no domingo à noite, o Presidente norte-americano, Donald Trump, manifestou frustração com Volodymyr Zelensky, alegando que o líder ucraniano ainda não leu a sua mais recente proposta de paz, já discutida com Moscovo, e cujo conteúdo é ainda desconhecido.
Após o encontro com aliados europeus em Londres, Zelesnky sublinhou que não tem nem o direito legal nem moral de ceder território à Rússia, um dos pontos que estará incluído no plano de paz de Trump para pôr fim à guerra na Ucrânia, que começou há quase quatro anos, com o lançamento de uma invasão em grande escala por parte da Rússia, em fevereiro de 2022, contrapondo que apresentará durante o dia de hoje aos Estados Unidos um plano “revisto”, que exclua cedência de territórios ucranianos às forças invasoras.
A reunião com a primeira-ministra italiana, grande defensora do papel de intermediação de Donald Trump, está agendada para as 15:00 locais em Roma (14:00 de Lisboa).
REDAÇÃO COM AGÊNCIA






