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Cerca de 10 mil turmas continuam a ter aulas ao relento em Moçambique devido à falta de financiamento

A ministra da Educação e Cultura de Moçambique, Samia Tovela, revelou esta quarta-feira que cerca de 10 mil turmas continuam a ter aulas ao relento em várias zonas do país, devido à escassez de fundos destinados ao setor da educação.

“O que estamos a fazer neste momento é olhar para os recursos disponíveis e priorizar as zonas onde a situação é mais grave”, afirmou a governante, durante o lançamento da 12.ª edição do Festival Nacional da Cultura, em Maputo.

Entre os principais fatores apontados para a ausência de salas de aula está o défice crónico de financiamento. “Precisamos de recursos para construir escolas e, assim, garantir que as nossas crianças tenham acesso a salas de aula adequadas”, referiu Tovela, acrescentando que estão a ser envidados esforços para mitigar o problema.

“Enquanto não conseguimos edificar novas infraestruturas, vamos trabalhar para garantir, pelo menos, quadros condignos, dentro dos meios que temos ao dispor”, sublinhou a ministra.

As províncias mais afetadas são Nampula e Cabo Delgado, no norte do país, a Zambézia, na região centro, e Maputo, no sul.

A situação em Nampula é particularmente crítica: segundo dados divulgados no início de julho pelo chefe do Departamento de Planificação da Direção Provincial da Educação, Faruk Karim, mais de 1,3 milhões de alunos do ensino primário e secundário assistem às aulas sentados no chão, devido à falta de carteiras escolares. Ao todo, são 1.329.809 alunos afetados — dos quais 1.029.810 no ensino primário e 299.999 no secundário.

Apesar dos constrangimentos, têm sido feitos progressos. De acordo com dados divulgados em 2023 pela anterior ministra da Educação, Carmelita Namashulua, desde 2022 pelo menos 118.556 alunos deixaram de ter aulas no chão, graças à distribuição de 29.639 carteiras escolares, de um total de 60.700 previstas para esse ano.