Kylian Mbappé concedeu, esta quarta-feira, uma extensa entrevista ao prestigiado jornal francês L’Équipe, na qual revisitou a sua década como futebolista em França, antes da mudança para o Real Madrid. O avançado abordou temas como a sua passagem pelo Paris Saint-Germain, o litígio com o clube e a relação com o mundo do futebol.
“Sou fatalista em relação ao que é o futebol, mas não em relação à vida. A vida é magnífica. O futebol é o que é. As pessoas que vão ao estádio têm a sorte de ver apenas o espetáculo, sem conhecer os bastidores. Se não tivesse paixão, já me teria enojado há muito tempo”, afirmou o internacional francês.
Mbappé falou também do peso do dinheiro e dos problemas que este pode trazer: “Quanto mais dinheiro tens, mais problemas tens. Há pessoas que querem conservar a imagem de quando eras pequeno, mas a vida muda. Tens responsabilidades, compromissos e contas a prestar. Nem sempre os laços resistem a isso.”
Sobre o litígio com o PSG, foi claro: “Deram a entender que queria prejudicar o clube, mas só quis que me pagassem o que me deviam. Não tenho nada contra o PSG, amo o clube e tenho amigos lá. Mas recorrer aos tribunais foi a única forma de reclamar o meu direito.”
A L’Équipe falou ainda com Fayza Lamari, mãe do jogador, que revelou a enorme influência de Cristiano Ronaldo na infância de Mbappé.
“Começou com Zidane, aos 4 anos. Depois veio Cristiano Ronaldo, primeiro no Manchester United e depois no Real Madrid. Também admirava Robinho e Ronaldinho. Mas com Cristiano… Kylian acreditava que era português. Na sua cabeça, era português. Chegava a ir a casa do pai de uma amiga para ver os jogos de Portugal e apoiar Ronaldo. Estava apaixonado. Dizia: ‘Sou português’”, recordou Fayza Lamari.
A mãe partilhou ainda outra memória marcante: “Aos 14 anos, conheceu Zidane e disse-me: ‘Mãe, ele tocou-me no casaco, nunca mais o lavo!’. Ele sabe o que esses gestos significam para as crianças.”