Parece que a performance dos robôs é superior na hora de recrutar pessoas, avança o HRTechEdge.
Um estudo levado a cabo pela PSG Global Solutions (subsidiária da TP Specialized Services da Teleperformance) e pela Booth School da Universidade de Chicago revelou que a Anna AI, recrutadora digital desenvolvida pela PSG Global Solutions, ultrapassou os entrevistadores humanos em quase todas as métricas cruciais de contratação.
O estudo analisou 70 mil entrevistas com candidatos em 48 cargos, abrangendo os setores da saúde, TI e indústria. Numa comparação direta entre entrevistas conduzidas por humanos, entrevistas conduzidas pela Anna AI e entrevistas onde o candidato tinha a opção de escolha, a recrutadora digital não só se destacou, como apresentou resultados mais consistentes:
- Mais 12% de ofertas de emprego para candidatos entrevistados por IA.
- Mais 18% de candidatos iniciaram funções após serem entrevistados pela Anna AI.
- 17% mais retenção após um mês.
- Menos queixas de preconceito — os relatos de discriminação de género foram reduzidos quase para metade em comparação com as entrevistas realizadas por humanos.
- Entrevistas mais abrangentes — a Anna AI captou uma média de nove tópicos relevantes por entrevista, em comparação com cinco para os humanos.
- Escala com boa relação custo-benefício — o ponto de equilíbrio foi alcançado após apenas 8.500 entrevistas, mesmo em mercados de baixo custo.
«A Anna AI consegue equiparar-se aos recrutadores humanos na realização de entrevistas de emprego — uma tarefa complexa, mas fundamental na contratação — ao mesmo tempo que melhora a eficiência do recrutamento e a retenção antecipada», afirmou Brian Jabarian, da Booth School da Universidade de Chicago e autor do estudo. «Também recolheu mais informações pertinentes para a vaga, enriquecendo o conjunto de dados para decisões mais inteligentes.»
O inquérito revelou ainda um crescente conforto dos candidatos com a IA no processo de contratação: 78% dos inquiridos optaram pela Anna AI quando lhes foi dada essa oportunidade. Para os candidatos, o formato consistente e as conversas estruturadas da IA podem contribuir para reduzir a incerteza ou o enviesamento, enquanto, para os empregadores, cria conjuntos de dados padronizados e comparáveis entre milhares de candidatos.
A contratação em volume elevado sempre foi um desafio — marcações manuais, entrevistas inconsistentes e experiências irregulares dos candidatos perturbam tanto as equipas de RH como os próprios candidatos. Os recrutadores de IA procuram reverter esta realidade, oferecendo entrevistas ativas, imparciais e escaláveis.
O CEO da PSG, Dave Bethea, descreveu a situação como uma «mudança crucial para a tomada de decisões baseada em dados em toda a cadeia de valor da atração de talento». A proposta não é substituir completamente os recrutadores humanos, mas sim combinar a precisão da IA com a supervisão humana para aumentar a eficiência e a equidade em larga escala.
O estudo surge num momento em que as ferramentas de recrutamento de IA enfrentam um escrutínio quanto à fiabilidade, imparcialidade e transparência. Contudo, os dados do estudo sugerem que, pelo menos neste caso, as entrevistas de IA podem reduzir o enviesamento em vez de o intensificar. Menos relatos de discriminação, maior retenção e redução de custos pintam um cenário convincente para as empresas que lidam com a escassez de mão-de-obra e a rotatividade de contratações.
Redação com hrportugal.sapo.pt, apoio AI
