As autoridades de saúde moçambicanas admitem que continuam a surgir infeções pontuais de mpox na província de Niassa, epicentro da doença, impedindo a declaração do fim do surto no país, apesar do número significativo de recuperados.
ara declararmos o fim do surto, temos que ter 60 dias sem um caso que seja positivo. Tendo em conta que na província de Niassa ainda estamos a ter casos positivos, não podemos neste momento declarar o fim do surto de mpox no país”, explicou à Lusa a diretora nacional adjunta de Saúde Pública, Aleny Couto.
“No país ainda temos casos ativos de mpox, principalmente na província de Niassa, no distrito de Lago”, acrescentou.
Segundo a responsável, na terça-feira, aquela província moçambicana, epicentro do surto, registou mais um caso da doença, elevando o acumulativo de casos para 80, seguindo-se as províncias de Maputo (quatro), Manica (três) e Tete (dois).
Aleny Couto alerta ainda que as pessoas infetadas não têm cumprido com a necessidade de isolamento: “O que nós temos observado, principalmente nas minas de Lupilichi, no distrito de Lago, é que as pessoas não cumprem [com o isolamento], elas continuam com a sua mobilidade”.
“E isto é uma falha, que não é uma falha diretamente, acho que é aquilo que nós podemos chamar de responsabilidade compartilhada. Nós temos que educar e estamos a fazer este exercício, mas também a população tem que cooperar neste sentido”, acrescentou.
De acordo com o mais recente boletim da Direção Nacional de Saúde Pública, com dados de 11 de julho a 25 de outubro, consultado pela Lusa, do total de 89 casos positivos, apenas 19 estão ainda seguimento, entre as províncias de Tete e Niassa, com 70 dados como recuperados.
Desde julho foram registados um total de 1.753 casos suspeitos e realizados 1.713 testes laboratoriais.
As autoridades sanitárias garantiram que Moçambique está preparado para lidar com o mpox, com capacidade para 4.000 testes, feitos localmente, em todas as capitais de província, através dos laboratórios de Saúde Pública.
A mpox é uma doença viral zoonótica, identificada pela primeira vez em 1970, na República Democrática do Congo. No atual surto, na África austral, desde 01 de janeiro, já foram notificados 77.458 casos da doença, em 22 países, com 501 óbitos.
O primeiro caso de mpox em Moçambique aconteceu em outubro de 2022, com um doente em Maputo, no surto anterior.
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