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Afogamentos fizeram 121 vítimas mortais em Portugal em 2024

A Federação Portuguesa de Nadadores Salvadores (FEPONS) registou 121 mortes por afogamento em Portugal continental ao longo de 2024. O número representa uma redução de 21,9% face a 2023, ano em que se contabilizaram 155 óbitos.

Segundo a FEPONS, apesar da diminuição, os dados continuam a ser preocupantes e refletem a necessidade de reforçar a prevenção e a sensibilização para comportamentos de risco em meio aquático.

O Relatório Nacional de Afogamento 2024, elaborado pelo Observatório do Afogamento da Federação Portuguesa de Nadadores Salvadores (FEPONS), revela um “decréscimo encorajador” no número de mortes por afogamento, mas alerta que a situação “continua a exigir vigilância e ação sustentada de toda a sociedade”.

Divulgado por ocasião do Dia Mundial de Prevenção do Afogamento, assinalado na passada sexta-feira, o relatório destaca que a maioria das vítimas são homens (76,9%), confirmando uma tendência persistente. As faixas etárias mais afetadas situam-se entre os 55 e os 59 anos (11,6%) e entre os 70 e os 74 anos (8,3%).

Em 2024, os locais com maior número de ocorrências foram o mar (41,3%), seguido dos rios (31,4%) e poços (9,9%). A maioria das mortes ocorreu à tarde (44,6%), sendo que 97,5% aconteceram em locais não vigiados por nadadores-salvadores.

O relatório sublinha ainda que apenas três das 121 mortes ocorreram em zonas vigiadas durante a época balnear, o que reforça a eficácia da presença de nadadores-salvadores.

Abril foi o mês com maior número de afogamentos, concentrando 21,5% dos casos. A análise detalha ainda dados por género, idade, distrito, tipo de local, hora do dia e atividade no momento do acidente.

A FEPONS reforça a importância de programas de educação para todas as idades, como o SOS Afogamento, o Programa Nadador Salvador Júnior, a Escola de Segurança Aquática, o Salvamento Aquático Desportivo, bem como ações de formação para profissionais e projetos em parceria com escolas, autarquias e instituições de saúde pública.

“Apelamos a que todos façam parte da solução. Cada afogamento é evitável. A prevenção começa com informação, educação e vigilância qualificada”, frisa a federação.

Já em 2025, entre janeiro e o final de maio, registaram-se 49 mortes por afogamento em Portugal continental, o que representa o terceiro valor mais elevado desde 2017 — apenas superado por 2024 (58) e 2022 (52) no mesmo período.

O Observatório do Afogamento, criado pela FEPONS, baseia-se em fontes abertas, recolhendo dados a partir de notícias e imagens publicadas na comunicação social.

A época balnear de 2025 arrancou com mais 10 praias vigiadas face ao ano anterior, totalizando 605 zonas com vigilância, segundo dados do Governo divulgados no início de julho. Ao todo, 740 praias foram oficialmente reconhecidas, das quais 673 classificadas como águas balneares — mais nove do que em 2024.

O Ministério do Ambiente e da Energia apelou à população para que respeite as orientações de segurança nas zonas balneares e opte sempre por locais com vigilância, reforçando o papel determinante da prevenção na redução do número de vítimas.