Inquérito interno arquivado sem sanções
O inquérito interno que investigou as acusações de assédio sexual contra Nataniel Araújo, chefe de gabinete do ministro da Agricultura, concluiu não existirem indícios de ilícito disciplinar. O responsável manteve-se em funções durante todo o processo, sem qualquer afastamento.
Denúncia da assessora
O caso ganhou notoriedade após uma jovem assessora de 29 anos denunciar mensagens enviadas por Araújo, incluindo uma em que, perante a possibilidade de promoção, escreveu: “Nem que pagues com o corpinho”. A assessora abandonou o Ministério apenas três meses depois de ter iniciado funções, alegando que a decisão esteve diretamente relacionada com o alegado assédio.
Além das mensagens, a jovem afirmou ter sido alvo de perseguições e esperas à porta de casa, durante a madrugada.
Defesa do chefe de gabinete Nataniel Araújo justificou à Inspeção-Geral da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território que a assessora teria deixado de comparecer ao trabalho e que, conhecendo a sua morada, se deslocou ao local apenas para verificar a situação.
Carreira política e ligação partidária
Companheiro da deputada Carla Barros (AD), Araújo foi vereador em Vila Real, adjunto no Ministério do Ambiente e, desde 2025, exerce funções como chefe de gabinete no Ministério da Agricultura e Mar. Contactado pelo Correio da Manhã, não prestou qualquer reação.
Pedido de exoneração e tentativa de acordo
O despacho publicado em Diário da República confirma que a assessora apresentou pedido de exoneração, aceite com efeitos a 19 de setembro. A jovem tentou ainda negociar um acordo financeiro que garantisse o pagamento integral dos vencimentos até ao final do mandato do ministro, mas a proposta foi rejeitada.
Queixa-crime e debate público
Segundo a própria, quando apresentou os factos ao ministro José Manuel Fernandes, foi-lhe comunicado que seriam preparadas uma queixa-crime, uma participação laboral e um comunicado à imprensa.
Apesar disso, o inquérito concluiu pela inexistência de infrações disciplinares e encerrou-se sem sanções internas, deixando muitas questões por esclarecer e reacendendo o debate sobre os mecanismos de proteção e denúncia de assédio no setor público.
Redação com noticiasdecoimbra.pt






