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Cláudio Valente: o português suspeito dos ataques em Brown e do homicídio de Nuno Loureiro

Cláudio Manuel Neves Valente, de 48 anos, natural de Torres Novas, foi identificado pelas autoridades norte‑americanas como principal suspeito de dois crimes que abalaram a comunidade académica nos Estados Unidos: o ataque armado na Universidade de Brown e o homicídio do físico português Nuno Loureiro, professor no Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT).
Valente foi encontrado morto na madrugada de quinta‑feira, perto de um armazém em Salem, New Hampshire. Transportava uma mochila e duas armas de fogo. O seu último endereço conhecido era em Miami.

Trajetória académica

Reconhecido desde cedo como aluno brilhante, participou em competições nacionais e internacionais de Física ainda na adolescência. Aos 17 anos integrou uma equipa de cinco estudantes selecionados para uma prova nacional e, no ano seguinte, competiu na Austrália.

Em 2000 ingressou na pós‑graduação em Física na Universidade de Brown, mas abandonou o curso em 2001 por razões nunca esclarecidas. A reitora da instituição, Christina Paxson, confirmou que não existe qualquer vínculo atual entre Valente e a universidade. Em 2017, obteve o estatuto de residente permanente legal nos EUA.

Ligações com Nuno Loureiro

Segundo a procuradora federal de Massachusetts, Leah B. Foley, Valente e Loureiro frequentaram o mesmo programa académico no Instituto Superior Técnico, em Lisboa, entre 1995 e 2000. Loureiro, natural de Viseu, tinha 47 anos e destacava‑se pela investigação científica desenvolvida em Portugal e nos Estados Unidos.
As autoridades acreditam que os dois se conheciam, dada a proximidade de idades e o percurso académico partilhado.

 Dois crimes, um suspeito

No sábado, um ataque a tiro na Universidade de Brown provocou duas mortes e nove feridos. Dias depois, na segunda‑feira, Nuno Loureiro foi assassinado a tiro em sua casa, em Brookline. Os investigadores estabeleceram rapidamente uma ligação entre os dois episódios, apontando Valente como autor.
Imagens de videovigilância registaram o carro alugado por Valente junto à Universidade de Brown e perto da residência de Loureiro. Quando foi encontrado morto, usava a mesma roupa que tinha sido filmada nas imediações da casa do professor do MIT.
 A investigação

Na quarta‑feira, uma pessoa próxima do suspeito apresentou‑se às autoridades após uma conferência de imprensa, ajudando a esclarecer pontos cruciais da investigação. O procurador‑geral de Rhode Island, Peter Neronha, afirmou que esse testemunho foi determinante para “desvendar” o caso.

Redação ccom agências