Dezenas de pessoas aguardam hoje, desde a madrugada, à porta do Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana (IHRU), em Lisboa, para tentar obter uma das apenas 20 senhas diárias de atendimento e conseguir apoio para pagar a renda da casa.
O movimento “Porta-a-Porta” convocou um protesto nas instalações do IHRU, entre as 07h30 e as 09h30, para exigir um serviço que consiga dar resposta aos pedidos de apoio à renda. O movimento planeia ainda enviar cartas à secretária de Estado da Habitação e ao ministro das Infraestruturas e Habitação, segundo o porta-voz, André Escoval.
“Os problemas verificam-se de norte a sul do País, com cortes nos apoios às rendas e no programa ‘Porta65’. E só há 10 senhas de manhã e 10 senhas à tarde para atendimento presencial, em Lisboa e no Porto. Através da Internet ou do telefone é impossível”, lamentou André Escoval à agência Lusa.
O movimento em defesa do direito à habitação critica a falta de resposta do IHRU, denunciando atrasos de “mais do que um ano” que levam “várias famílias ao desespero por todo o país”. O “Porta-a-Porta” salienta ainda que os canais de comunicação (telefone e internet) “estão inacessíveis”.
Para resolver o que apelidam de “problema nacional”, os cidadãos veem-se obrigados a deslocar-se aos únicos centros de atendimento do IHRU, localizados em Lisboa e no Porto.
IHRU reconhece falha “gravíssima”
O presidente do IHRU, António Benjamim Costa Pereira, já reconheceu que o serviço está a falhar. Em declarações à Lusa, a 14 de outubro, no final de uma audiência na Assembleia da República, o responsável admitiu que o cenário é “gravíssimo”, sobretudo na morosidade da resposta aos quase 60 mil beneficiários do Programa de Apoio Extraordinário à Renda (PAER) com a situação por resolver.
Redação
