A polícia israelita encontrou hoje ilesa a ex-chefe jurídica do Exército Yifat Tomer-Yerushalmi, desaparecida de manhã e cujo suicídio se receava, após localizados o seu veículo e uma carta de despedida numa praia a norte de Telavive.
“Depois de buscas por uma mulher desaparecida na zona costeira de Herzliya, podemos confirmar que foi encontrada sã e salva”, indicou a polícia de Israel num comunicado.
O Exército juntou-se hoje à tarde às buscas por Tomer-Yerushalmi, depois de o seu veículo ter sido localizado na Cliff Beach, a norte de Telavive.
Segundo a televisão pública israelita Kann, as autoridades encontraram também uma carta de suicídio.
A Kann noticiou depois que a polícia conseguiu encontrá-la depois de ela contactar o marido, após cair a noite.
Tomer-Yerushalmi demitiu-se do cargo de procuradora-geral militar na sexta-feira, após admitir ter fornecido à imprensa, no verão passado, um vídeo que mostrava vários guardas do centro de detenção de Sde Teiman a torturar e a abusar de um prisioneiro.
A demissão ocorreu após vários dias de polémica, uma vez que as Forças Armadas estavam a investigar a fuga de informação, e não o conteúdo abusivo do vídeo.
Um procurador militar é responsável por processar e investigar violações do Direito Internacional dentro das Forças Armadas israelitas e, segundo informações recolhidas, Yifat Tomer-Yerushalmi tomou a decisão de abandonar o cargo para combater as ingerências (lideradas por ministros de extrema-direita, jornalistas e figuras políticas israelitas) que visavam impedir a Procuradoria Militar de investigar a prisão de Sde Teiman.
Na quarta-feira, o Exército anunciou uma investigação criminal sobre a fuga de informação do vídeo para a comunicação social, que suspeitavam ter sido partilhado com o Canal 12 por pessoas próximas do comandante da polícia e de altos responsáveis da Procuradoria-Geral Militar.
Além disso, o ministro da Justiça, Yariv Levin, está a tentar impedir a Procuradora-Geral de Israel, Gali Baharav-Miara – que Netanyahu quer demitir pelas suas muitas decisões contrárias às suas políticas -, de liderar a investigação, mas esta insistiu hoje, numa carta, que o ministério “não tem autoridade” para a vetar.
No vídeo divulgado, pelo qual cinco soldados na reserva foram acusados no verão passado, veem-se militares na prisão de Sde Teiman a levar um detido para um canto e a cercá-lo com escudos antimotim (para obstruir a visão) enquanto o sodomizam com um objeto pontiagudo.
O preso palestiniano vítima dos abusos “deu entrada no hospital em perigo de vida, com ferimentos na parte superior do corpo e um ferimento grave no reto”, revelou então a organização não-governamental israelita Médicos pelos Direitos Humanos.
Redação com agências internacionais





