O Festival Semibreve, dedicado à música eletrónica e arte digital, arranca hoje em Braga para a sua 15.ª edição, que decorre até domingo. A programação promete colaborações únicas, performances, instalações, workshops e conferências, espalhados por vários espaços da cidade, incluindo o Theatro Circo, o gnration e a Capela Imaculada Conceição.
Entre os destaques, está uma nova performance colaborativa entre Actress (Darren J Cunningham) e Suzanne Ciani, intitulada Concrète Waves, uma obra encomendada pelo festival Sónar e pelo centro de arte Barbican, do Reino Unido. Ambos já marcaram presença no Semibreve a solo, mas apresentam-se agora juntos numa criação que funde eletrónica experimental e som analógico.
A compositora e designer sonora Marta de Pascalis junta-se ao artista visual Marco Ciceri para apresentar o álbum Tell me the Sun, enquanto a britânica aya (Aya Sinclair) apresenta o seu segundo disco, hexed!. A iraniana Ava Rasti apresenta The River, acompanhada por um quarteto de cordas, numa performance encomendada pelo festival no âmbito do programa Re-Imagine Europe.
O projeto britânico emptyset (James Ginzburg e Paul Purgas) regressa a Braga com Dissever, álbum lançado em maio e estreado no Tate Modern, em Londres, como parte da exposição Electric Dreams, uma retrospetiva da relação entre arte e tecnologia.
O compositor ucraniano Heinali (Oleh Shpudeiko) apresenta-se em conjunto com a cantora Andriana-Yaroslava Saienko, com o projeto Hildegard, uma reinvenção contemporânea da música de Hildegard von Bingen, que cruza canto tradicional ucraniano e síntese modular eletrónica inspirada na polifonia medieval.
Portugal também marca presença com Rafael Toral, que apresentará Travelling Light, obra estreada no Festival Internacional de Música de Veneza e desenvolvida em paralelo com o disco Spectral Evolution (2024). O músico explora as harmonias do jazz e a expressividade da guitarra, acompanhado por Yaw Tembe (fliscórnio), Pedro Alves Sousa (saxofone tenor), Bruno Parrinha (clarinete) e Clara Saleiro (flauta).
O festival inclui ainda o EDIGMA Semibreve Award, prémio que distingue trabalhos que exploram som, imagem e interatividade através das tecnologias digitais. A obra vencedora estará em exibição durante o evento.
Redação
