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Mulheres e Crianças Presas sob Escombros no Afeganistão,Leis Talibãs Bloqueiam Resgate e Tratamento Médico

No dia 31, um terramoto de magnitude 6.0 atingiu o leste do Afeganistão, deixando mais de 2.200 mortos, 6.700 famílias desabrigadas e afetando cerca de 500 mil pessoas, segundo dados do Escritório de Ajuda Humanitária da Comissão Europeia (ECHO) e de agências da ONU. Quatro dias depois, um novo abalo sísmico, de magnitude 5.6, voltou a atingir a mesma região, dificultando ainda mais os esforços de resgate e avaliação de danos.
Entre os mais afetados estão mulheres e crianças, confinadas em casa por imposição das políticas talibãs. As regras extremistas proíbem que sejam tocadas por homens que não sejam parentes próximos, o que impede que socorristas — em sua maioria homens — possam resgatá-las. Além disso, a obrigatoriedade do uso do xador e a proibição de falar alto em público tornam ainda mais difícil localizá-las sob os escombros.
Mesmo quando conseguem ser resgatadas, o acesso à saúde continua limitado. A legislação talibã impede que sejam atendidas por médicos homens, e há escassez de profissionais mulheres — resultado direto da proibição de mulheres estudarem medicina.
Organizações humanitárias têm se mobilizado para denunciar a situação e pressionar por mudanças. Médicos em campos de emergência alertam para a falta crítica de medicamentos e equipamentos. Uma avaliação do Cluster de Saúde da ONU em 17 aldeias revelou que mais da metade não possui suprimentos médicos adequados para lidar com a crise. “Esses medicamentos não são suficientes, nem esses serviços. Essas pessoas precisam de mais remédios, tendas, comida e água limpa”, afirmou Shamsher Khan, coordenador de um dos campos.

Redação