Oceana Basílio conversou com o Fama ao Minuto a propósito de um evento recente no qual teve o papel de moderadora. A atriz juntou-se à campanha Outubro Rosa para conduzir entrevistas dedicadas à sensibilização sobre o cancro da mama, tema que lhe é “muito familiar”.
Oceana Basílio, de 46 anos, assumiu o papel de moderadora no âmbito da campanha Outubro Rosa. Numa iniciativa da APAMCM (Associação de Apoio à Mulher com Cancro da Mama) e da BodyConcept, marca da qual é embaixadora, a atriz teve o papel de conduzir quatro entrevistas dedicadas à sensibilização sobre o cancro da mama.
Oceana Basílio conversou com profissionais de saúde especializados e uma paciente. A troca de experiências, admitiu, trouxe-lhe reflexão sobre o cancro, tema que lhe é “muito familiar”, e aprendizagem sobre prevenção, diagnóstico, tratamento e superação desta doença.
Em entrevista ao Fama ao Minuto, Oceana Basílio falou-nos sobre os ensinamentos com que ficou após a iniciativa, o que sentiu na pele de entrevistadora e contou-nos ainda quais os planos para o futuro.
[O cancro] É um tema que me toca de perto e pelo qual carrego sempre uma enorme responsabilidade emocionalQuando recebeu o convite para ser moderadora deste projeto, aceitou imediatamente?
Aceitei imediatamente, como é óbvio para mim. Qualquer tema que tenha a ver com o cancro seja da mama ou de outro tipo é-me muito familiar e próximo. Todos nós, de alguma forma, temos alguém por perto, seja um amigo ou um familiar, que já passou por esta doença, que a superou ou que, infelizmente, partiu. Acho que qualquer pessoa, seja figura pública ou não, deve encontrar momentos para refletir e sensibilizar os outros sobre este tema. Não tem de ser todos os dias, mas há sempre um momento na vida em que é importante apoiar e estar presente.
O tema do cancro da mama é-lhe familiar?
Sim, muito. Infelizmente, é um tema que atravessa quase todas as famílias. Acho que ninguém fica verdadeiramente distante desta realidade. Há sempre alguém que conhecemos, uma amiga, uma tia, uma colega, no meu caso familiares diretos, que passaram por esse processo, ou outro tipo de cancro. E sempre acompanhei de perto os meus.
Mesmo quando não é connosco, vivemos essa dor, essa luta e, muitas vezes, também a força que vem dela ou o luto. Por isso, é um tema que me toca de perto e pelo qual carrego sempre uma enorme responsabilidade emocional.
Enquanto figura pública considera importante dar voz à sensibilização para a prevenção e diagnóstico da doença?
Sim, considero essencial, não só figuras públicas mas todos – num tema de saúde sensível a todos. Ter alguma visibilidade implica também uma responsabilidade, a de usar a voz para causas que realmente importam e a prevenção é uma delas. Falar sobre o cancro, especialmente o cancro da mama, é quebrar tabus, é lembrar que o diagnóstico precoce pode salvar vidas. Às vezes basta uma palavra, um testemunho, um gesto público para incentivar alguém a fazer um exame, a cuidar de si. Se a minha voz puder tocar em uma pessoa que seja, de alguma forma, e contribuir de forma positiva, então já valeu a pena.
Oceana Basílio com uma das entrevistadas© BodyConcept
Sente que aprendeu mais sobre o tema ao conduzir estas conversas?
Aprendi muito, retemos sempre algo novo e importante, sobre a experiência diferente de cada um e a sua própria vivência. Cada conversa não foi apenas sobre a doença em si, mas sobre a vida, sobre a força e a vulnerabilidade humanas. Ouvir diferentes histórias, diferentes formas de enfrentar o medo e a dor, fez-me perceber o quanto ainda temos para aprender uns com os outros. Muitas vezes pensamos que sabemos o suficiente, mas é no contacto direto com quem viveu ou vive o cancro que percebemos o verdadeiro significado da resiliência e da esperança.
Algum testemunho/conversa de entre os/as quatro que teve que a tenha marcado particularmente?
É difícil escolher apenas uma, porque cada conversa teve algo de único e comovente. Mas houve momentos em que as conversas eram tão impactantes que não apetecia parar. Fiquei especialmente marcada pela coragem com que se fala do medo, não o medo de morrer, mas o de deixar de viver plenamente. Há uma lucidez e uma honestidade muito forte em quem passa por isso e também por quem acompanha o processo de cada doente. São histórias que ficam connosco, que nos fazem repensar as prioridades e olhar a vida de outra forma.
Não tenho a ambição de ser apresentadora, mas sempre que houver oportunidade de dar voz a algo que considero justo estou disponívelA Oceana costuma, normalmente, estar no papel de entrevistada. Como foi assumir o papel de moderadora? Gostou da experiência?
Foi uma experiência diferente, mas extremamente enriquecedora. Estou habituada a estar do outro lado, a responder, mas na realidade no meu dia-a-dia sou mais a pessoa que gosta de questionar e aprender, observar com mais atenção, mais silêncio, mais empatia. Ser moderadora é criar espaço para o outro brilhar, é saber estar presente sem ocupar o centro. Gostei muito dessa troca, desse equilíbrio entre conduzir e deixar fluir. Senti-me tranquila com cada conversa, não apenas como profissional, mas como pessoa.
[As entrevistas conduzidas por Oceana Basílio serão divulgados nas plataformas digitais da BodyConcept ao longo do mês de outubro]
Oceana Basílio numa das quatro entrevistas que conduziu© BodyConcept
É uma experiência a repetir? Gostaria de ter oportunidade de em televisão, por exemplo, apresentar um programa?
Seria uma experiência a repetir, sim, mas apenas se os temas tivessem algo que realmente mexesse comigo e que, de alguma forma, sentisse que são importantes para a sociedade.
Não tenho a ambição de ser apresentadora, mas sempre que houver uma oportunidade de dar voz a algo que considero justo ou necessário, estou disponível. Outro género de temas gosto de debater em privado e usar as minhas convicções para mim e educação dos meus. Gosto de usar o meu tempo e a minha energia para causas que fazem sentido e que possam, de alguma maneira, contribuir para um mundo um pouco mais consciente.
Quais os projetos em que está a trabalhar no momento e quais as novidades para o futuro a nível profissional?
Estou envolvida em vários projetos. Estreia dia 31 a ‘Lua Vermelha – Nova Geração’ [da SIC], uma série que gostei muito de fazer e que me deu imenso prazer enquanto atriz.
Neste momento, estou também a criar e no processo de ensaios para uma performance que se chama ‘Empatia’, que estreia no dia 6 de novembro, no Jamaica. Este projeto é muito especial para mim porque reflete o mundo atual e a sensibilidade do ser humano para consigo e o outro. Todos os valores revertem para uma causa solidária. Coincide com o aniversário do Jamaica e nessa mesma noite vão tocar os Black Mamba. Todo o dinheiro angariado será doado a instituições, no meu caso à Maria Crescente – uma instituição que me é muito próxima.
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