A noite eleitoral de domingo trouxe algumas surpresas no mapa autárquico português. O poder local passou, no geral, para as mãos dos sociais-democratas, mas o PS mostrou sinais de recuperação e voltou a afirmar-se como a segunda força política mais votada. Já o Chega ficou longe das ambições de André Ventura.
O PSD saiu como o grande vencedor das eleições autárquicas de 12 de outubro, conquistando 136 câmaras municipais — algumas em coligação —, incluindo seis dos maiores municípios do país. Os sociais-democratas asseguraram ainda 1.447 juntas de freguesia e reconquistaram a liderança da Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP) e da Associação Nacional de Freguesias (ANAFRE).
O PS, apesar de ter perdido influência nos principais centros urbanos e de deixar de liderar ambos os organismos, algo que não acontecia há quatro atos eleitorais, celebrou uma retoma. O líder socialista, José Luís Carneiro, destacou o “regresso” do partido, que “ultrapassou a queda nas legislativas” e conquistou 126 câmaras em listas próprias e duas em coligação com o Livre e o PAN.
O Chega foi o grande derrotado da noite. Depois de ter sido o segundo partido mais votado nas legislativas de maio, a formação de André Ventura ficou muito aquém das expectativas, elegendo apenas três presidentes de câmara — São Vicente (Madeira), Albufeira (Algarve) e Entroncamento (Santarém) — e somando pouco mais de 600 mil votos, menos de metade dos 1,4 milhões obtidos nas legislativas.
A CDU obteve o pior resultado de sempre em eleições autárquicas, com apenas 12 câmaras, perdendo as duas capitais de distrito que ainda detinha, Évora e Setúbal.
O CDS-PP manteve-se como o quarto partido com mais autarquias, elegendo seis presidentes de câmara em listas próprias e mais um em coligação com o PSD.
Apesar da melhoria, a abstenção voltou a ser uma das grandes protagonistas da noite. De acordo com dados provisórios da Secretaria-Geral do Ministério da Administração Interna, fixou-se em 40,74%, o valor mais baixo desde 2005 e mais de cinco pontos percentuais abaixo do registado há quatro anos.
“Lisboetas querem mais Moedas”
Em Lisboa, o candidato da coligação PSD/CDS-PP/IL, Carlos Moedas, celebrou a vitória afirmando que “os lisboetas decidiram pela continuidade do projeto iniciado em 2021”.
A coligação “Por Ti” obteve oito mandatos, mais um do que nas anteriores eleições, ficando a apenas um lugar da maioria absoluta — que exigiria nove dos 17 vereadores no executivo municipal.
Redação com noticiasaominuto






