A Polícia Judiciária (PJ) informou que os seis indivíduos detidos no âmbito da operação “Mãos Duras” foram extraditados de Espanha para Portugal em agosto, após cumpridos todos os trâmites legais. A investigação foi conduzida pela Diretoria do Centro da PJ, em articulação com o DIAP de Castelo Branco e em cooperação com a Guardia Civil espanhola.
Presentes ao Tribunal de Instrução Criminal de Castelo Branco, três dos arguidos ficaram em prisão preventiva, um foi colocado em obrigação de permanência na habitação com vigilância eletrónica, e dois ficaram sujeitos a apresentações periódicas e proibidos de contactar as vítimas.
A operação, desencadeada em Logronho, Espanha, teve como objetivo o desmantelamento de um grupo familiar suspeito de tráfico de pessoas para exploração laboral. O grupo, composto por cinco homens e uma mulher, com idades entre 22 e 54 anos, recrutava em Portugal pessoas em situação de vulnerabilidade económica e social, aliciando-as com promessas de trabalho bem remunerado.
As vítimas eram depois levadas para Espanha e obrigadas a trabalhar em explorações agrícolas, vivendo em condições degradantes de alojamento e alimentação, sob ameaças constantes e coação. Os suspeitos apropriavam-se da quase totalidade dos salários, retidos através de acordos com os empregadores.
Durante as diligências em Espanha, acompanhadas pela PJ, foram apreendidos vários elementos de prova, incluindo uma pistola de calibre 9 mm, e resgatadas cinco vítimas, com idades entre os 25 e os 58 anos.
Duas dessas vítimas tinham sido sequestradas em Portugal, em abril, e forçadas sob ameaça com arma de fogo a deslocar-se até ao local onde foram encontradas e libertadas.
A PJ relembra que o tráfico de seres humanos é um crime organizado e constitui uma das grandes prioridades de combate da EUROPOL.
Redação
