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Superbactérias aumentam 70% nos EUA e especialistas alertam para risco grave à saúde pública

Os casos de infeções provocadas por bactérias multirresistentes aumentaram 70% nos Estados Unidos, segundo um relatório do Centro de Controlo e Prevenção de Doenças (CDC).

O estudo, que analisou dados de 29 estados, classifica a situação como “muito preocupante” e aponta o uso inadequado de antibióticos como uma das principais razões para o agravamento do problema.

As chamadas superbactérias tornam os tratamentos menos eficazes e dificultam o combate a infeções graves. Entre as mais preocupantes está a resistência associada ao gene NDM — uma enzima que neutraliza quase todos os antibióticos. Atualmente, apenas dois medicamentos conseguem combatê-lo, ambos caros e administrados por via intravenosa.

Consideradas inicialmente “exóticas” e associadas a doentes tratados no estrangeiro, estas bactérias estão agora a espalhar-se dentro do próprio país. O CDC alerta para o risco de disseminação silenciosa em comunidades, incluindo consultórios médicos, sendo frequentes as infeções urinárias que podem tornar-se crónicas.

Segundo os dados, em 2023 foram registados 4.341 casos de infeções resistentes ao gene NDM nos estados abrangidos, o que corresponde a um aumento de 69% em relação a 2019. Mais alarmante é o crescimento específico dos casos ligados ao NDM: de 0,25 para 1,35 por 100 mil habitantes, um salto de 460%.

Especialistas sublinham que o consumo excessivo de antibióticos durante a pandemia terá contribuído para este agravamento. O relatório alerta ainda que os números podem estar subestimados, já que apenas 29 dos 50 estados norte-americanos participam no estudo, deixando de fora parte significativa do país.

Redação