Três litigantes entraram com uma ação judicial no valor de pouco mais de dois mil milhões de euros contra a Meta em dezembro de 2022, em um tribunal na capital queniana, onde o Facebook estabeleceu um importante centro de moderação de conteúdo para a África Subsaariana em 2019. A empresa contestou a jurisdição do caso, mas a decisão atual rejeitou esse argumento, confirmando que os tribunais quenianos são competentes, conforme comunicado da Organização Não-Governamental (ONG) de justiça tecnológica Foxglove, que apoia os autores da ação. Um dos litigantes é Abrham Meareg, acadêmico etíope cujo pai, um professor de química da região de Tigray, no norte da Etiópia, foi vítima de um ataque racista no Facebook e posteriormente assassinado em novembro de 2021, durante o conflito entre o governo etíope e os rebeldes. Outros queixosos são Fisseha Tekle, ex-investigador e consultor jurídico da Amnistia Internacional, e o Instituto Katiba, organização queniana que busca defender a Constituição do país. Eles solicitam uma indenização de 250 mil milhões de xelins quenianos para criar um fundo de restituição para vítimas africanas de ódio e violência incitados na plataforma, além de 50 mil milhões de xelins quenianos por danos causados por publicações patrocinadas. O processo conta com o apoio de diversas organizações, como a Amnistia Internacional e a Ordem dos Advogados do Quénia, entre outras. Apesar das acusações, a Meta afirma não tolerar discursos de ódio e incitação à violência no Facebook e Instagram, investindo em recursos para controlar esses conteúdos. Em setembro de 2024, o Tribunal de Recurso de Nairobi decidiu que um caso envolvendo 185 antigos moderadores de conteúdo do Facebook contra supostas demissões ilegais pela Meta também pode ser julgado em um tribunal queniano.
